quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Governo anuncia construção de ferrovia paralela à BR 163

Plano prevê que a ‘Ferrogrão’ siga o traçado da rodovia, ligando o Mato Grosso ao Pará; promessa era de que a BR­163 estaria asfaltada até 2015, mas, sem a pavimentação, soja continua a ser exportada por Paranaguá (PR) e Santos (SP) Sem conseguir entregar a pavimentação de uma rodovia que promete revolucionar o escoamento de grãos do País, a BR­163, o governo decidiu agora assumir um compromisso bem mais complicado: construir uma ferrovia de 1.140 quilômetros, estimada em R$ 10 bilhões, bem ao lado do traçado da estrada.

O plano prevê que os trilhos comecem a ser lançados em Lucas do Rio Verde, no coração da soja do Mato Grosso, e avancem rumo ao norte do País, até chegarem em Itaituba, no Pará, onde está em construção um polo logístico, nas margens do Rio Tapajós.

Na semana passada, o governo sinalizou que não pretende transformar a “Ferrogrão” em mais um plano logístico mirabolante e fixou um pagamento de R$ 33,791 milhões para o consórcio Estação da Luz Participações (EDLP), que elaborou estudos técnicos para apoiar a elaboração do edital e do leilão da ferrovia. A avaliação oficial é de que o produtor rural passaria a ter duas opções para escoar sua carga, a rodovia e a ferrovia, para chegar aos portos da região Norte do País. Por meio dos rios amazônicos, o caminho ficará mais curto e, consequentemente, mais barato.

A realidade atual, porém, é bem diferente. Vida real. Para os produtores da região, a promessa era de que a BR­163, em seu trecho paraense, estaria asfaltada até o fim do ano passado e, diante dessa expectativa, o planejamento era escoar a maior parte da produção do Mato Grosso por esse caminho. As condições da estrada, no entanto, não permitiram que essa estratégia se realizasse e as principais saídas continuarão a ser os Portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), a mais de 2 mil km de distância.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja), Almir Dalpasquale, afirmou ainda que o escoamento da produção não evoluiu em relação à safra passada. “Vamos continuar a escoar a maior parte dos grãos por caminhões, pelos portos do Sudeste e Sul. O governo não cumpriu a promessa de entregar a BR­163 ao menos asfaltada e maior parte da produção não vai sair pelos portos do Arco Norte, como planejávamos”, afirmou.


 Fonte: Estadão


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